Documento defende atuação do poder público para garantir a qualidade dos cursos superiores

Recentemente, o Instituto Superior de Educação Ivoti promoveu encontro com representantes do Movimento Todos pela Educação, União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME) e secretarias Municipais de Educação das regiões do Vale do Caí, Vale do Paranhana, Vale do Sinos e Serra para discutir sobre a formação de professores no país. Do encontro saiu um manifesto à sociedade, alertando para a situação de urgência nessa área, que exige responsabilidade coletiva e mudanças nas políticas públicas. Conforme aponta o documento, o crescente desinteresse pela carreira docente, somado à baixa qualidade de muitos cursos de formação de professores colocam em risco a qualidade da educação ofertada aos estudantes brasileiros. Confira o documento na íntegra.

Conforme o manifesto, o baixo desempenho no ENEM, dos estudantes que ingressam nos Cursos de Licenciaturas, além da alta procura pela formação em EAD agravam ainda mais o problema. “Esta modalidade, que deveria ser uma exceção, é hoje a mais buscada em nosso país. Sua baixa qualidade e sua curta duração, sem vinculação com a prática, com frágil engajamento docente e insuficiente conhecimento pedagógico (didática), além do baixo conhecimento teórico, tornam o cenário catastrófico”, destaca o texto. Entre as soluções apontadas, as entidades defendem as seguintes ações: regulação mais criteriosa dos cursos em EAD, para garantir a competência docente necessária; avaliação sistemática dos cursos de formação inicial, pautada em indicadores pedagógicos que atestem qualidade formativa; incentivos (bolsas de estudos) e reconhecimento para as instituições formadoras que atendem aos critérios pedagógicos, conforme estabelecido na Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum.

Para o diretor geral do Instituto Ivoti e conselheiro do Pacto pela Educação, Everton Augustin, o poder público precisa rever aspectos relacionados à qualidade da formação inicial e continuada dos professores. “É necessário que os docentes sejam valorizados por meio de sua renda e por meio dos resultados concretos de seu trabalho educacional. A infraestrutura (ambiente estimulador de aprendizagem) para o desempenho da docência e da discência precisa ser de ponta”, ressalta. Ele também defende o investimento em tecnologia. “É uma ferramenta incrível para estimular a aprendizagem dos alunos. Os professores precisam dominá-las bem como ter profunda preparação no uso de metodologias que transformem o aprendiz no protagonista de sua aprendizagem. Indicadores de aferição de aprendizagem precisam ser claramente estabelecidos”, complementa.

Augustin acredita que é importante, também, a mobilização da sociedade, em favor de uma educação com qualidade. “Há incentivos fiscais para várias frentes. Deveria haver uma frente destinada exclusivamente à formação docente. Se todos os setores da sociedade estiverem envolvidos para a qualificação do ensino e da aprendizagem como base, a estrutura social de nosso estado e de nosso país será mais sólida e teremos, de fato, o desenvolvimento social e econômico necessário”, acredita.

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