Mais da metade da turma já estava empregada antes da formatura

A falta de profissionais qualificados é uma queixa cada vez mais frequente das empresas, especialmente na área da tecnologia. Para mudar essa realidade e oferecer qualificação para um público que teria dificuldade de acesso ao ensino superior, o Campus Caldeira, plataforma de educação do Instituto Caldeira, promoveu, neste ano, a primeira edição do programa Geração Caldeira. A iniciativa qualificou 50 alunos de 16 a 24 anos de escolas públicas ou particulares com bolsa. Eles se formaram na última sexta-feira (16/12), em evento no Instituto Caldeira. Dos formandos, 30 já estão empregados e os demais participando de processos seletivos. A expectativa é de que até março todos já estejam colocados no mercado de trabalho, com carteira assinada, e um salário inicial em torno de R$ 2,5 mil.

Na primeira fase do programa, chamado Nova Geração, foi oferecida uma formação online de dois meses nas áreas de Programação, Computação em Nuvem, Vendas, Marketing Digital e Ferramentas de Trabalho. Para esta etapa dois mil alunos se inscreveram, 750 foram selecionados e, destes, 50% concluíram a formação. “Foi um resultado muito positivo, dez vezes maior do que a média de conclusão desses cursos online no mercado. O que fez a diferença foi o engajamento dos estudantes com o Caldeira. A cada três semanas trazíamos os alunos para o Instituto, promovendo visitas e experiências. Assim, eles puderam enxergar o potencial e a importância de concluir a formação”, salienta o gestor do Nova Geração, Felipe Amaral.

Dos 375 alunos concluintes dessa primeira etapa, 50 foram selecionados para o Geração Caldeira, e participaram de uma nova formação focada em soft-skills e preparação para o mundo do trabalho durante dois meses. As aulas foram presenciais nas segundas, quartas e sextas e os estudantes receberam um auxílio financeiro de R$ 1,5 mil. 

Conforme Felipe, o que motivou a criação do programa foi o desafio de ter pessoas qualificadas para criar, efetivamente, um Estado inovador e uma referência na Nova Economia. “As empresas precisam de profissionais qualificados e temos um gap gigantesco. Quem sabe o RS possa ser um polo de inovação e talento para os próximos anos”. Ao fazer um balanço desta primeira edição do programa, ele afirma que, com a iniciativa, foi possível criar caminhos alternativos para a vida desses jovens. “A grande maioria não vai fazer universidade, então, assim ele pode entrar no mercado, conseguir uma renda, e depois, se fizer sentido, pode fazer uma graduação e terá condições de bancar a formação”, salienta.

Felipe adianta que não somente haverá nova edição do programa no próximo ano, mas que também será ampliado: “queremos passar de 750 para cinco mil alunos formados, na primeira etapa, e de 50 para 200 formados pelo Geração Caldeira”. Ele comenta que, além dessa iniciativa, outras estão sendo criadas no Campus Caldeira para fomentar o RS como hub de formação de novos talentos. “O movimento do Caldeira é algo muito maior para contribuir de maneira prática, em parceria com o Governo do Estado. Temos muito próximos da gente a Secretaria de Educação e a Secretaria de Justiça, que indicaram alunos para participar do programa, por exemplo. Entendemos que é um esforço do poder público, da iniciativa privada e do terceiro setor e o Campus do Caldeira é mais um articulador nessa direção”, completa.

O Geração Caldeira é subsidiado por dez mantenedores, entre eles os institutos Helda Gerdau, Jama, SLC e Lins Ferrão, além da Fundação A.J Renner e das empresas AWS, Banrisul, Oracle, Sicredi e do Sebrae.

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